segunda-feira, 23 de março de 2009

O meu aluno de licenciatura!

Já desde Novembro que tenho a trabalhar comigo um aluno de licenciatura. Praticamente todos os alunos de doutoramento têm um aluno de final de curso, o qual orientam. Este apareceu, pareceu-me trabalhador e fiz com que ficasse a trabalhar comigo. No início era muito aplicado, fazia perguntas muito inteligentes, ganhou a confiança e caiu nas boas graças do chefe. Mas desde o início deste ano que o seu desempenho vem a cair cair cair. Eu pensava que era um mal dos alunos portugueses, os que conheço, mas afinal não, aqui também são maus. Começou por chegar tarde e a más horas, coisa que me irrita solenemente. Perdeu todo o sentido de responsabilidade que mostrou no início. Tem feito asneiras e cometido erros simplesmente por não pensar. O pior foi hoje. O Paul pediu-me para liderar a reunião de grupo porque está doente. Eu assim o fiz. Correu um mail por toda a gente a dizer que todas as apresentações deveriam ser enviadas a mim. Muito poucos apareceram. Os mais velhos, que levamos esta reuniões a sério estivemos presentes. Um dos motivos pelos quais gostamos e não faltamos, é a presença do Tilmann, o grande chefe. Mas, adiante. Depois da reunião vim para o laboratório e passado um bocado apareceu o aluno. Lógico, exigente como sou lhe perguntei porque não tinha aparecido, ao qual tive a seguinte resposta: " nao acordei, é uma sorte ter acordado para estar aqui a esta hora (10:30h)". Respondi: "sabes que as reuniões de grupo são dos momentos mais importantes e o único em que todo o grupo está presente." A resposta: "nunca oiço nada interessante nas reuniões de grupo." Continuei "e apesar disso, é o uníco momento em que estamos com o Tilmann, em que temos a oportunidade de ouvir os seus comentários..." A desgraça: " encontrei o Tilmann no elevador, ele viu-me, e nunca ouvi nenhum comentário interessante do Tilmann". Com esta fiquei sem resposta... Mesmo que os comentários do Tilmann para mim não tivessem qualquer interesse, por uma questão de respeito iria a todas as reuniões de grupo. Porque ele faz ginástica para conseguir estar presente. Mas estamos só a falar de um cientista que muitos na área gostariam de conhecer, cientista esse que nós tratamos por tu, que nos aconselha no trabalho, que deve ser para nós uma referência e ainda mais, que deveremos ser dos últimos alunos a ter a possibilidade de discutir ciência com ele. Concluo apenas que não consigo perceber o que vai na cabeça destes jovens (de 27 anos) e onde está o sentido de responsabilidade e bom senso!

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