Direito à greve

Ontem foi mais um dia de greve de tudo e de mais alguma coisa. Como é possível? Não compreendo. Em vez de perder as duas horas habituais em transportes para ir trabalhar, perdi mais de 4! Isto tudo agravado por ter podido comer apenas uma pouco gostosa pizza em pleno laboratório, porque todas as cantinas estavam em greve. Direito à greve que esmaga o direito a uma qualidade de vida digna. Direito à greve de uns, que esmagam outros dentro de comboios e cais. Enfim, é o direito à greve. Eu não quero ter esse direito.

Hoje não foi greve, mas mais uma vez alguém que se atirou à linha e o tráfico foi fortemente afectado, o que implica comboios como sardinhas em lata e atrasos irreais. É a segunda vez esta semana. Deve ser pela satisfação do direito à greve que se atiram de felicidade à linha do comboio. Isto é também viver em Paris.

Institut du Monde Arabe

The ghost writer

L'arnacoeur

Expulsão do judeus de Paris. Uma história de lágrimas. Focado nas crianças, sua separação, primeiro mães e filhos dos pais, seguida da separação de filhos das mães. Muitos não resistiram, outros sobreviveram, outros tiveram a sorte de rencontrar algum familiar no pós guerra. Outros, como a mãe da Chantal, professora no meu grupo e amiga de conversas, conseguiram fugir de Paris e ficar refúgiados em casa de alguém que os acolheu.

Mais um fim de semana com cultura. Desde o museu Jacquemart-André aos Invalides. Com saídas de despedidas e jantares. Um fim de semana à maneira. Quem não conhece o museu Jacquemart-André, geralmente não vem nos guias, é muito recomendável. Um antigo hotel pertença do casal Jacquemart e André, recheado da sua imensa coleção de arte. A visitar. Invalides, a mais que não seja para ver a tomba daquele que até morrer tinha a espinha na garganta dos Portugueses a fugir para o Brasil ahahah Grande golpe oh Napoleão!

Fachada principal do antigo hotel agora museu Jacquemart-André

Ponte Alexandre III

Antiga igreja, actual panteão militar - Invalides

Túmulo do Napoleão (6 sarcófagos, têm medo que o sr fuja)

Túmulo de Foch, militar francês da II guerra

Igreja

Claustro interior

Ciganos e o holocausto. Uma realidade esquecida.

Aproveitar o 1º domingo do mês

Primeiro domingo de cada mês há muita coisa gratuita a visitar. Aproveitando a onda de sol e boa disposição, hoje mesmo sozinho lá fui eu fazer umas visitas e aproveitar o sol. Comecei pela Sainte-chapelle. Uma capela do sec XIII, situada no palácio real bem junto à Notre Dame. Foi construída a mando do rei Louis IX para acolher as relíquias da paixão de Cristo, principalmente a coroa de espinhos. Uma colecção de vitrais fabulosa, 15 vitrais desde o Génesis até à Ressurreição. A não perder por quem visita Paris.

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Capela baixa

Capela alta (principal capela, Sainte-Chapelle)

Depois da Sainte-Chapelle ainda fui visitar a conciergerie, também parte do palácio real. um grande salão com muitas arcadas em ogiva e a prisão são visitáveis. A prisão foi considerada como uma das mais duras. Foi lá que estive grande parte da monarquia antes de irem à guilhotina, como a rainha Antonieta, filha da imperatriz austríaca Maria Teresa. Este presa até ao dia da sua execução na para da Concórdia onde foi guilhotinada.

Um passeio na margem do Sena, a aproveitar o sol que aqueceu a alma, mas não o corpo (0ºC)! Terminei com um crepe na rua de Saint-Andres-des-Artes, na Crêperie des Arts. Ainda ouvi um pouco de musica na praça de Saint-Michel, fiquei com vontade de aprender saxofone!

INVICTUS

Fantástico! Uma lição de vida. A ver por todos de todas as idades...

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

Pequeno mundo

Quinta-feira, quando saí da cantina com um colega da física, encontrei duas polacas que trabalham do departamento de química, uma delas no gabinete ao lado do meu e partilha o mesmo laboratório. Mal saí, a Martha disse-me que uma das pessoas que estava com elas era um português e que eu tinha de ir falar com ele. Claro está que não era preciso ela dizer para eu ir falar com ele. Lá começamos a falar, e logo de inicio que a cara não era estranha, pensei que era de ser português, lol. Lá fomos falando e quando ele me disse onde estava a fazer doutoramento e com quem, eu vi logo quem era. É só primo da minha amiga Ana Banana! Não só está a fazer um estágio no departamento durante 5 semanas como está a morar cá em casa. Já dá para ter 5 semanas de companhia para jantar. Ontem fui jantar fora com ele, e coincidência, fomos à mesma zona onde tinha ido na sexta!

Sol... boa disposição...

A primeira semana de sol! A minha disposição mudou. Já lá vão sete dias em que o sol brilha constantemente, ao contrário do que tem acontecido em Portugal. E por haver tanto sol, um dos convites passados aconteceu na sexta feira. A meio da tarde passei do gabinete onde está a Bárbara (brasileira) e combinamos ir beber uma cerveja ao final da tarde. Aproveitar as happy hours, se não não há carteira que aguente. Lá saímos de Orsay quase às seis e fomos até ao 13º. Uma rua que não fica longe da Cité, com alguns bares, restaurantes e bastante animação! Enquanto esperávamos pelo namorado dela, lá fomos bebendo e conversando. Passados umas duas horas apareceu o namorado mais 4. No final éramos 7 um de cada nacionalidade (Portugal, Brasil, França, Inglaterra, Alemanha, Canadá e Sérvia). Formou-se um grupo engraço, de físicos que tentam fazer alguma ciência. A cerveja prolongou-se por jantar até à 1 da manhã. É incrível, que grande parte do jantar, já meios alegres continuamos a falar de ciência... :-(

Jantar com o João

Ontem fui jantar com o João. Aliás ia jantar com o João mas veio também a Patrícia. Um jantar animado entre português e francês. A Patrícia é namorada do João e luso descendente. Simpática. Fomos jantar uma pizza nos Champs Elysées. Gostei imenso de conhecer os dois e de ter conversado com eles. No final apareceu outra amiga da Patrícia, mais uma luso descendente. Acreditem que a minha maneira de pensar em relação aqueles a quem chamamos avecs está a mudar...

3 convites

Três convites no mesmo dia é obra! Depois de 5 meses em Paris, sem conhecer praticamente ninguém hoje do nada foram três convites. Uma brasileira que trabalha no departamento convidou-me para um dia destes irmos beber um copo. Uma portuguesa aqui de casa, com quem me cruzo na cozinha, hoje em conversa também me disse que tínhamos de ir beber um copo, ir a uma exposição, cinema. É a Raquel é aluna de doutoramento em cinema. O João, com quem já falo há muito tempo, conhecido virtual do meu primo, convidou-me há pouco para irmos jantar amanhã. Talvez se venha a compor a minha vida social eheheh De realçar que nenhum francês que se digne teve a amabilidade de convidar para o que quer que fosse! Lá nisso nós portugueses somos bem diferentes...