Foi há um ano

Lembro-me do meu primeiro dia de escutismo. Outubro de 1982. Já 6 dos meus irmãos faziam parte do agurpamento 604 de Canas de Senhorim. Eis que chegou a minha vez de entrar para a alcateia. A aquelá era a chefe Piedade, ela também minha madrinha de baptismo. Permaneço na alcateia até 1987, onde passo por Sub-Guia e Guia de Bando.

Em 1987, com 11 anos passo para os Juniores, agora denominados de exploradores. Entretanto, a vida profissional de meu pai obriga-nos a sair de Canas de Senhorim para Mirandela. Já em Mirandela, juntamente com o meu irmão Gonçalo, contactamos o agrupamento de escuteiros e pouco tempo depois estamos inseridos no agrupamento 478. Em 1990 faço a minha promessa de escuteiro, como madrinha tive a minha aquelá. Participo no regional de 1990, como sub guia da patrulha Falcão.

A sensação de vazio aparece, sinto essencialmente a falta do polo da fé. Ao mesmo tempo começo a ser atraido pelas actividades que se vão desenvolvendo nos Salesianos onde frequento a catequese. Afasto-me do agrupamento no ano em que passo para os Seniores.

É nos Salesianos que faço o meu percurso de formação cristã. Além da catequese, começo a frequentar vários encontros juvenis e de jovens organizados pelas várias casas Salesianas do país. Começo a sentir-me parte da família Salesiana. Já numa fase mais crescido frequento cursos de formação de animadores e começo a participar como animador em colónias de férias e em vários encontros juvenis. Aqui início o meu trabalho com os mais novos.

Em 1996 venho estudar para Lisboa. Durante os anos da faculdade, apenas partícipo no grupo de animação Litúrgica da minha paróquia, paróquia do Campo Grande.

Mas, a vontade de voltar ao escutismo permanece e é cada vez maior.

Coragem! Depois de alguma pesquisa na internet, descubro o Agrupamento 1100 Marítimos de Moscavide. Entro em contacto e depois de algum tempo, vejo-me sentado, na esplanada do Peters com o Brito. Nesse dia todo o agrupamento me cativou. A maneira como o Brito me fala de cada elemento, é como se fosse cada elemento a falar comigo.

Há dois anos entrei neste agrupamento inserido na equipa de animação da Frota. Um ano de adaptação. Nesse ano muitas dúvidas se puseram. É mesmo isto que quero? Estarei diposto a entregar-me desta forma aos outros? No final do ano, decido para mim mesmo que quero continuar.

Este ano escutista que agora termina, estive na equipa de animação da Flotilha. A minha vida pessoal que estava tão desorientada durante a semana, ao sábado parecia estar em forma e perfeitamente correcta. É este equilibrio que me ajuda e me faz avançar sem medo.

Hoje estou aqui, neste ano que para nós escuteiros é de extrema importância, não só a dar o meu testemunho, mas a dizer perante todo o agrupamento e perante toda a comunidade que quero ser dirigente do CNE, e à luz de BP entregar a minha vida para que deste modo possa deixar o mundo melhor do que o encontrei e sentir-me cada vez mais feliz, fazendo felizes os outros.