terça-feira, 20 de novembro de 2007

Quando bate à porta

Chego a casa, abro a porta do quarto 204
Tudo está em silêncio e em silêncio continua
Ligo o computador, preparo algo para jantar,
O dia foi longo, como têm sido todos,
No messenger encontro alguns amigos
No meio deles um que também um dia,
Com coragem partiu...
A conversa rola entre teclas,
A angústia da distância bate à porta
E mesmo dizendo: "não entres!"
Ela entra... e diz que quer ficar esta noite...
Mas ainda falta um mês, e em súplica
Peço para me deixar, calmo, tranquilo e feliz.
Não consigo persuadir o suficiente,
E esta angústia apodera-se de mim
Trás consigo a solidão, a amargura, a saudade.
Celebra a noite com lágrimas nos meus olhos,
E deixa-me a pensar em tudo o que ficou...
Só quero olhar para a frente, mas,
O passado é tão forte e obriga-me a pensar em todos vós.
Isso deixa-me ainda mais angústiado, triste e só...
Só falta um mês...
É o meu consolo....

6 comentários:

Anónimo disse...

A angustia e a solidão...
Nunca parti tão longamente, pelo menos fisicamente. Mas parti de outra forma. Forma que muitas vezes, no meio da multidão (literalmente), permite e empurra a angustia a entrar... Sei o que sentes, pois também o senti e muitas vezes e continuo a sentir. Partilho estes sentimentos contigo da mesma forma que o fazes connosco.
Fica a saber que a solidão e a angustia muitas vezes entra sem sairmos de casa. Hoje caiu-me a mesma lágrima que te visitou, lágrima sem prazo cronológico ou com alguma meta. Mas, paradoxalmente, se perguntassem se sou feliz e voltaria a escolher o que escolhi, a resposta seria pronta e sincera: SIM. Então angustiada lágrima transformar-se-ia em profunda alegria...
Um grande e forte abraço de amizade e de “sangue”

Anónimo disse...

Esse amigo é um parvo! Que ficasse com a angústia dele só para ele... Porque essa, como tudo, também passa, como tudo passa um dia... E com o tempo há-de vir cada vez com menos regularidade... E um dia, nao muito distante, vai embora de vez, porque se regressa. Esse é o consolo maior!

Anónimo disse...

Esta tua mensagem é poderosa! Eu não saberia escolher tão bem as palavras para descrever a saudade, o sentimento de coração apertado quando estamos longe...
Aos amigos cabe o papel de apoiar, dar toda a coragem e força, por isso aqui vai um abraço apertado.
Só falta um mês...
Um beijinho, Luisa

Anónimo disse...

Caro,

Tudo na vida tem um lado lunar... e um lado brilhante. Todas as moedas tem duas faces. Não há montanhas sem planícies. E em tudo existe riscos e oportunidades. Sei que a distância e a saudade são poderosas, mas acredito que tu és capaz de as vencer. Sei que vais agarrar as oportunidades com as duas mãos. Vê as saudades como coisas positivas. Pior que ter saudades dos amigos é não ter amigos para ter saudades. Há momentos únicos que podem servir para nos conhecermos melhor, para nos encontrar e para encontrar um equilibrio. Aproveita esta distância para ganhares "calo", para conheceres o Flip que há em ti. Tenho a certeza que quando um dia regressares já feito Doutor, são outras as saudades que trazes. Serão as memórias dos bons tempos que irás passar por essas montanhas, e claro por essas planícies.
Acredito em ti, acredito na força da tua família - a real e a adoptiva :-) e acredito no empenho dos teus amigos. Sei que todos juntos vamos ganhar esta "batalha".
Não te esqueças que acima de tudo estás a cumprir um desígnio para o qual lutaste muito: "I put all my genius into my life; I put only my talent into my works." E vais conseguir!

ESTAMOS JUNTOS!

Um abraço de saudade, mas também de alegria e de felicidade por te ter como amigo.

PS - Não falta nada um mês. Todos os dias estamos juntos.

Anónimo disse...

Oh rico!
Deixa lá aangústia (eu também não gosto de estar sózinho) aproveita ao máximo este mês.
Ah, ainda não fizémos o sorteio para as prendas de Natal (faltas cá tu)sugeri à Luísa que inventasse.

Abraço

Anónimo disse...

Filipe, vou descobrindo com agradável surpresa os teus dotes literários... A propósito deste texto recorda-te que já os romanos diziam: "ad augusta per angusta". E se estás em angusta, (angústia, em português), é porque procuras chegar ad augusta... Mas isso exige como tens manisfestado, algum passageiro sofrimento que embreve será ultrapassado, assim desejam os "tios".